O Parkour – O desenvolvimento do indivíduo que pratica essa atividade física.

The Parkour - The development of the individual who practices this physical activity.

 

Autora: Juliana Bianchi Garcia

Licenciada em educação física – UNIBAN São Paulo

Bacharelando em educação física – UNIBAN São Paulo

littlemaiden3@hotmail.com

 

Orientador: Francisco Kerbej Mestre

franciscokerbej@ig.com.br

 

RESUMO

O ser humano está em constante desenvolvimento físico, psicológico e social. O desenvolvimento desses aspectos, através da atividade física, se torna ainda mais apurado trazendo inúmeros benefícios ao indivíduo que pratica. O Parkour consiste em ultrapassar quaisquer tipos de obstáculos de maneira eficaz e ágil, sendo em meio à natureza ou em meio à urbanização. O Parkour é uma atividade física nova que vem conquistando, pelo mundo todo, praticantes de todas as idades e ambos os sexos. Esse trabalho mostra a influência que essa atividade física pode ter na vida de quem pratica. A busca pelo equilíbrio esta presente diariamente nos treinos de Parkour, sendo eles de aspecto social, psicológico ou físico.

Palavras-chave: Parkour, desenvolvimento, social, psicológico, físico, equilíbrio.

ABSTRACT

The human being is in constant physical, psychological and social development. The development of these aspects, through physical activity, becomes even more accurate providing many benefits to the individual who practices it. The Parkour consists in overcoming any kind of obstacles effectively and with agility, either in natural or urban environment. The Parkour is a physical activity which has been conquering, throughout the world, practitioners of all ages and genders. This project shows the influence that this physical activity may have upon the lives of those who practices it. The search for balance is present in everyday training of Parkour, such as social, psychological or physical aspects.

Key-words: Parkour, development, social, psychological, physical, balance.

INTRODUÇÃO

O objetivo do estudo está no desenvolvimento no qual o indivíduo que pratica Parkour pode obter, auxiliando-o nas atividades diárias, na resolução de problemas e também no desempenho esportivo. Esses desenvolvimentos no qual concentraremos os estudos, se baseiam nos aspectos físicos, psicológicos e sociais. Esses três aspectos são de grande importância para a atuação do indivíduo tanto na sociedade quanto no meio ambiente. Quando se trata de atividade física, mesmo que o indivíduo não tenha o conhecimento, há a presença desses aspectos trabalhados sempre em conjuntos.

A atividade física pode melhorar a saúde física e emocional dos indivíduos. Além disso, o esporte pode influenciar os padrões de comportamento dos participantes. Todavia, as decisões do indivíduo para participar podem estar relacionadas tanto com o meio social quanto com suas restrições individuais. (Haywood, 2004, pág. 231)

É de suma importância o conhecimento dessa atividade física, para os profissionais da Educação Física, devido ao crescimento e expansão da prática de Parkour tanto no Brasil quanto no mundo.

Parkour

Parkour – abreviado por pk – (em português: o percurso) é uma atividade física que tem por finalidade se deslocar de um ponto ao outro de uma forma rápida e fluente utilizando somente as habilidades e capacidades do próprio corpo sem quaisquer tipos de acessórios ou equipamentos. (Brandão, 2005) Essa atividade física esta sendo muito procurada por diversas pessoas em muitas partes do mundo. Homens que praticam Parkour são reconhecidos como traceur e mulheres como traceuses. Traceur e traceuses são substantivos derivados do verbo tracer que normalmente significa ‘traçar’ ou ‘ir rápido’. É considerado uma atividade física e não um esporte, pois não há competição dentro do Parkour. A única ‘competição’ que cabe dentro da filosofia do Parkour é a do praticante contra ele mesmo, superando a cada dia, a cada treino, obstáculos físicos – tais como muros corrimãos; psicológicos – tais como medo, inseguranças; sociais – tais como colaboração da família, da sociedade. Porém, essa luta constante é que faz o Parkour se tornar atrativo, desenvolvendo a autoconfiança e superação nos praticantes, fazendo com que cada treino seja único e motivante. As inspirações para esta modalidade surgiram de várias partes, sendo uma delas o Methode Naturelle (Método Natural) desenvolvido por Georges Hébert no séc. XIX. Esse método consiste na interação do homem com a natureza, buscando a saúde através de exercícios naturais. (Assis, 2007)

Hébert deduz uma série de 10 grupos de exercícios: 1- marcha; 2- corrida; 3- salto; 4- quadrupedia; 5- trepar (escalar); 6- equilíbrio; 7- lançamentos; 8- transporte; 9- defesa; 10- natação. Para ele, esses 10 gêneros de exercícios, ou ‘atos naturais’, podem ser utilizados em sua forma simples, ou seja, a execução variada entre si, acrescida de atividades ligadas à vida prática e aos divertimentos. (Hébert, 1941 a, p.10, apud Soares, 2003, pág. 27).

Um dos elementos centrais na educação dos escoteiros e, sem dúvida, o altruísmo, e o e, também no método natural. ‘Estar sempre pronto’; ‘ ser forte para ser útil’, são frases imperativas empregadas por Hébert em sua obra, na qual a natureza se apresenta como o lugar ideal para treinar essa forca altruísta... (Soares, 2003, pág. 30).

“... a interação do homem com a natureza acontece mediante o contato com ela. A vida moderna trouxe muitas facilidades para a sobrevivência da humanidade, porém afastou-a da natureza.” (Bregolato, 2002 pág. 36). O Parkour resgata esse contato que perdemos com a natureza.

Em meados de 1980, Raymond Belle, um ex-combatente do Vietnã começou a passar para seu filho, David Belle, algumas técnicas que usava para se deslocar eficientemente sem ser notado pelo inimigo. Essas técnicas foram passadas no Vietnã e são baseadas no Método Natural. David Belle, treinado por esses conceitos, começou a treinar na sua cidade e desenvolver as técnicas. Junto com amigos, atingiram um nível avançado e começaram a ser notados pela mídia, e assim nasceu o Parkour. O nome Parkour vem do "Parcours du Combattant" (corrida de obstáculos militar). O "Combattant" foi retirado por não se tratar necessariamente de militarismo. O "s" foi tirado para refletir a eficiência: Não é eficiente usar um S que não é pronunciado. E o “k” foi incluído para dar um tom mais "agressivo", compatível com a prática perante os obstáculos. No início de 2004, praticantes de Brasília, Belo Horizonte, Florianópolis e São Paulo começavam a imitar vídeos que tinham visto na Internet. Assim começaram a se unir através da internet e descobrir melhor sobre o Parkour e sua origem. A partir disso, a ABPK (Associação Brasileira de Parkour) e outros grupos foram criados. Com o surgimento de mais informações na internet e evolução nos treinos, o verdadeiro teor do Parkour começou a ser passado a partir de 2006, melhorando a compreensão, treino e mentalidade daqueles que já o praticavam. (Wainer, 2008).

Com o auxílio da internet e dos traceurs que já treinam o Parkour vem crescendo a cada dia. Um aspecto importantíssimo para a prática do Parkour é o psicológico. Uma pesquisa foi feita com 33 pessoas, praticantes de Parkour, dentre eles homens e mulheres de diversos estágios de aprendizagem, no parque do Ibirapura, em São Paulo, onde os treinos são freqüentes. Onde a questão pesquisada era saber se eles consideram os aspectos social e psicológico importantes para um bom desenvolvimento no Parkour, foi constatado que 100% consideram importantes esses aspectos para um bom desenvolvimento. (Ver figura 1). Sendo que 79% concordam que esses aspectos, desenvolvidos não somente no Parkour, auxiliam na resolução de problemas e atividades diárias. E outros 21% acreditam que há esse auxílio somente em alguns casos. (Ver figura 2).

Figura 1 - A importância dos aspectos

Figura 2 – Auxilio nas atividades diárias psicológico e social. e na resolução de problemas.

Através desses dados fica claro constatar que os traceurs tem o conhecimento da existência desses aspectos tanto em seus treinos quanto no dia-a-dia. Os indivíduos passam constantemente por diversas fases ao longo de suas vidas. Sendo assim, no aspecto psicológico não seria diferente.

A idade média de sete anos marca uma modificação decisiva no desenvolvimento mental. Observa-se o aparecimento de formas de organizações novas, que completam as construções esboçadas no decorrer do período precedente, assegurando-lhes um equilíbrio mais estável. (Piaget, 1994, pág. 40).

A partir dos sete anos a criança começa a se estruturar mentalmente. Antes disso, há ininterruptas modificações psicológicas acerca de diversos fatores, tanto intrínsecos quantos extrínsecos. Após sete anos, há mudanças notáveis nas atitudes sociais. Elas começam a deixar seu lado egocêntrico para ver a opinião do outro, ampliando assim sua visão de ‘mundo’. Estudando também os adolescentes, Piaget conclui que:

...toda nova capacidade da vida mental começa por incorporar o mundo em uma grande assimilação egocêntrica, para só depois atingir o equilíbrio, através de uma acomodação ao real. Há, portanto, um egocentrismo intelectual; do adolescente. O egocentrismo senso-motor e o egocentrismo do pensamento terminam com o equilíbrio das operações concretas. O equilíbrio é atingido quando a reflexão compreende que sua função não é contradizer, mas, se adiantar e interpretar a experiência. (Piaget. 1994, pág. 60).

Nessa fase, o adolescente deixa totalmente o egocentrismo adquirido no período precedente e atinge o equilíbrio psicológico, modificando seus pontos de vista acerca de sua própria vida, e do meio que faz parte. E o Parkour desenvolve o lado altruísta, deixando ainda mais o egocentrismo. O indivíduo está em constante desenvolvimento.

“Piaget propõe quatro fatores básicos como responsáveis por esse desenvolvimento: a maturidade orgânica, a experiência com os objetos físicos, a experiência com outras pessoas, e o mecanismo de equilibração.” (Salvador, 1999, pág. 90).

Essa teoria diz que os três primeiros fatores não são suficientes para explicar a direcionalidade do processo e o seu caráter construtivo, mas o equilíbrio é o fator decisivo no processo, pois coordena e regulariza os três primeiros.

“... o sujeito atinge o equilíbrio na medida em que é capaz de antecipar as perturbações”. (Piaget, 1994, pág. 89).

Pode-se concluir que o desenvolvimento é ao longo da vida, onde passamos por diversas etapas, onde cada indivíduo adquire e absorve mudanças e conhecimentos de fatores intrínsecos e extrínsecos, fazendo com que cada um tenha uma resposta diferente, porém com o mesmo objetivo, o equilíbrio.

A explicação dessa evidência em que, como e porque se produzem essas mudanças evolutivas que formam o desenvolvimento humano não é, porém, de nenhuma maneira, simples, hoje em dia, continua-se constituindo um caminho no qual o homem se depara com diferentes aspectos do saber humano. (Salvador, 1999, pág. 79).

Como aplicar todo esse conhecimento no Parkour?

A pesquisa evidencia que 79% tem acima de 17 anos.

Figura 3 – Faixa etária dos traceurs.

Seguindo a linha de raciocínio de Piaget (1994), esses traceurs já estão na fase final da procura pelo equilíbrio psicológico. Porém, a cada obstáculo, há mudanças tanto psicológicas quanto sociais e físicas. As emoções estão escancaradamente visíveis no Parkour. Uma vez visto que o medo, a autoconfiança, a auto-estima, a coragem, a insegurança, entre outras, fazem parte do cotidiano de um traceurs, o qual é acostumado a conviver com esses obstáculos psicológicos, e mais importante que isso, são acostumados a transpor com facilidade cada um deles, olhando não somente para o obstáculo em si, mas também para o percurso a realizar após passar pelas barreiras psicológicas.

Figura 4 (HAYWOOD, 2004, pág. 227).

Quando um traceur se depara com um obstáculo físico, antes de executar quaisquer movimentos, ele faz uma avaliação de três tipos de restrições (Ver figura 4): do indivíduo – ou seja, se ele e capaz de realizar tal movimento; da tarefa – da sua complexidade; e do ambiente – ambiente novo ou que já conhece. Todos esses itens são avaliados para chegar a algumas conclusões, tais como segurança e a execução do movimento. Essa avaliação que o traceur realiza faz com que haja um baixo índice de acidentes na prática da modalidade, o reconhecimento da capacidade de execução, onde um traceur só executa o movimento quando há certeza de que e capaz de realizá-lo sem danos.

“É psicológico!” é uma expressão utilizada geralmente pelos traceurs na hora de executar uma tarefa com complexidade elevada mais que de costume. Porém, após diversos treinos, essa barreira mental é quebrada e o obstáculo superado. Pois a persistência e a paciência são uma das diversas virtudes de um traceur. O controle das emoções, a tarefa a realizar, o ambiente e também a etapa psicológica na qual o indivíduo se encontra são fatores extremamente importantes e sem dúvidas presentes para a realização plena do movimento seguido do sucesso. Um traceur geralmente, tem o aspecto psicológico em equilíbrio com todos os outros aspectos. Pois, segundo a pesquisa, 63% tem a consciência de que um bom desenvolvimento no Parkour, depende da união da mente, corpo e relação com a comunidade. E 27% acreditam que há desenvolvimento em um ou dois aspectos. (Ver figura 5).

Figura 5 – O conhecimento do equilíbrio

dos aspectos.

Assim como os aspectos físicos e psicológicos, o aspecto social influencia no desenvolvimento dos traceurs. Esse fator está presente durante os treinos ou fora deles, nas ajudas mútuas para evolução da atividade, na auto-estima, na descontração, na interação social, na motivação e na relação homem-natureza, onde o respeito é o ponto de partida para uma melhor aceitação dessa atividade física na sociedade. Na pesquisa realizada, podemos constatar que 73% dos entrevistados concordam que nem toda a sociedade está preparada para aceitar e receber os praticantes de Parkour, mas que o quadro pode e deve ser invertido. E os outros 27% concordam que a sociedade está pronta para isso, pois se trata de atividade física. Porém foi levado em conta somente o fator saúde, sem relevar a semelhança do Parkour ao vandalismo, que as pessoas sem o devido conhecimento, fazem dessa modalidade e de quem pratica. (Silva, 2007). (Ver figura 1).

Figura 6 – A visão dos traceurs sobre a aceitação do Parkour na sociedade.

Valores e boas atitudes se encontram diariamente nos treinos e encontros de Parkour, pois o ensino é por entre os próprios traceurs. Esses são na verdade uns dos pontos de partida pelo qual há na prática dessa modalidade uma integração social muito grande.

Princípios de valores e atitudes – os conteúdos de valores e atitudes são princípios educacionais que desenvolvem comportamentos voltados à formação de seres humanos que possam construir um mundo mais harmonioso. Atitude de solidariedade, cooperação, respeito, participação, iniciativa, autonomia, indiscriminação, etc. (Bregolato, 2002, pág. 26).

O homem é um ser social. Ele necessita conviver com os outros. É importante ter a clareza de que a interação entre as pessoas depende da iniciativa delas e do incentivo dos outros para que se manifeste. (Bregolato, 2002, pág.26).

A sociabilidade do adolescente afirma-se muitas vezes desde o início, com o contato dos jovens entre si, sendo mesmo bastante instrutivo comparar estas sociedades de adolescentes com as das crianças. A verdadeira adaptação à sociedade vai se fazer automaticamente, quando o adolescente, de reformador, transformar-se em realizador. (Piaget, 1994, págs. 63 e 64)

Pode-se dizer que a sociabilização é um dos espíritos do Parkour, pois há nos traceurs os sentimentos altruístas, de ajudas mútuas, integração social, e porque não dizer que existe o espírito de professores, sempre preocupados em ensinar técnicas de movimentos, métodos de treinos, a filosofia e o método de vida do traceur. ...essa força moral e altruísta. Uma força que reside não somente nos músculos, na capacidade respiratória, na destreza, mas antes de tudo na energia que utiliza. (Soares, 2003)

Na realidade, a tendência mais profunda de toda atividade humana e a marcha para o equilíbrio. E a razão que exprime as formas superiores deste equilíbrio – reúne nela a inteligência e a afetividade. (Piaget, 1994, pág. 65). Há também a presença do processo de equilíbrio entre o homem e a sociedade. Existe sempre a presença de trocas de informações entre o sujeito e o meio, fazendo com que suas idéias, comportamentos sejam expressadas e aceitas. A internet passou a ser a maior aliada para contribuir no crescimento e na divulgação do Parkour para a sociedade. Apareceu em várias reportagens na mídia, então o Parkour passou de desconhecido a uma disciplina praticada no mundo todo. A história do Parkour no Brasil tem seu início no começo de 2004. Surgiram páginas na internet sobre a prática do Parkour. (Wainer, 2008)

Por ser uma modalidade nova e diferente, há em alguns casos a falta de informação, de aceitação e até mesmo de respeito para como traceur.

“Necessário que o respeito cesse de ser unilateral e se torne mútuo.” (Piaget, 1994, pág. 40). Sendo assim o Parkour propõe, silenciosamente, esse equilíbrio entre a sociedade e o traceur. Fazendo com que os benefícios sejam para ambos os lados.

O aspecto físico é visivelmente o aspecto mais presente no traceur. Ele auxilia na melhora das habilidades motoras e nas capacidades físicas. (Muzy, 2006). Movimentos – característica de comportamento de um membro específico ou de uma combinação de membro. Neste contexto, movimentos são partes que compõe as habilidades. (Magill, 2000, pág. 07).

“O Parkour consiste em uma mistura infinita de técnicas de saltos, equilíbrio, escalada, corrida, força, coordenação e concentração. Onde o foco é desenvolver as habilidades físicas e mentais para se mover em qualquer ambiente.” (Wainer, 2008).

O objeto no qual o traceur desenvolve suas técnicas são variados. Podem ser criados novos movimentos, desde que tenham a essência do Parkour, agilidade e eficiência.

“Um pouco importante a ser considerado, é que uma variedade de movimentos pode produzir a mesma ação, e dessa forma atingir a mesma meta.” (Magill, 2000, pág. 07).

“Ambiente se refere especificamente ao objeto sobre o qual a pessoa esta agindo ou as características do contexto no qual a pessoa realiza a habilidade.” (Magill, 2000, pág. 08).

Podemos também classificar a prática do Parkour como uma habilidade motora aberta.

...habilidade motora aberta é uma habilidade desempenhada em um ambiente não-estável, onde o sujeito ou o contexto varia durante o desempenho da habilidade. Para realizar com sucesso uma habilidade dessas, o praticante deve agir de acordo com a ação do objeto ou das características de alteração do ambiente. (Magill, 2000, pág. 09)

Em cada movimento do Parkour estam presentes algumas das qualidades motoras. Sendo todas elas segundo Bregolato, (2002): 1 - coordenação motora; 2 - flexibilidade; 3 - força; 4 - velocidade; 5 - agilidade; 6 - equilíbrio; 7 - resistência; 8 - ritmo; 9 - descontração.

Dois fatores importantes para o traceur são a própriocepção e o equilíbrio. “A própriocepção é o senso de consciência corporal e de posição.” (Gallahue, 2005, pág. 450). Porém o equilíbrio, fator de capacidade física, é imprescindível no aspecto físico. E presente em qualquer movimento do Parkour, desde uma simples corrida ou um salto de precisão a uma escalada. (Edwardes, 2006).

Equilíbrio – Qualidade física conseguida por uma combinação de ações musculares com o propósito de sustentar o corpo sobre uma base, contra a lei da gravidade. Por grau de dificuldade pode-se considerar: pular, andar em plano de alto relevo... (Bregolato, 2002, pág. 30).

Tendo o domínio desses fatores, o traceur tem mais segurança e confiança para executar quaisquer movimentos.

 

CONCLUSÃO

Ao longo desse estudo conclui-se que o Parkour pode desenvolver o indivíduo que o pratica. Trazendo benefícios físicos, sociais e também psicológicos. Esses três aspectos, cada um ao seu modo, influenciam direta e indiretamente nas resoluções de problemas e atividades diárias do traceur. Porem há um fator importante que se encaixa nos três aspectos. O equilíbrio ou a própria busca por ele. Sendo importante no social, onde o traceur procura um bom convívio com os outros traceurs e também com a sociedade; no psicológico, onde o indivíduo busca conhecer e dominar seus sentimentos e pensamentos e por final, no físico, onde o equilíbrio é imprescindível para executar quaisquer movimentos.

“Física: estado de equilíbrio de um corpo tal que, ao ser levemente deslocado, o corpo tende a retornar a sua posição original. Equilíbrio social: estado de integração em que tendências antagônicas ou competitivas se compensem reciprocamente.” (Michaelis 2007).

Devido aos fatos de que o Parkour é uma modalidade nova e também não existem muitos profissionais na área, pois o ensino é pelos próprios traceurs, há uma dificuldade dos profissionais de exercerem quaisquer tipos de trabalhos. Mas se for planejada e organizada, certamente ela crescerá e trará ainda mais benefícios aos traceurs, aos profissionais e também a sociedade.

Deve-se fazer com que os valores morais, atitude de solidariedade, cooperação, respeito, participação, iniciativa, autonomia, indiscriminacao, sejam presentes em todas as atividades físicas e esportes, sendo recentes ou não.

 

REFERÊNCIAS

ASSIS, Victor Lereu de, 2007 - - Le Parkour: Uma atividade física contemporânea com um prisma holístico – Disponível em: - acesso 23/06/08.

BRANDÃO, Alberto, 2005. ABPK – Associação Brasileira de Parkour - Disponível em: - acessado em 11/08/08.

BREGOLATO, Roseli Aparecida – Cultura corporal da ginástica – Editora Cone – 2002.

EDWARDES, Dan, 2006 - ABPK – Associação Brasileira de Parkour - Disponível em: - acessado em 05/07/08.

GALLAHUE, David – OZMUN, John C. – Compreendendo o desenvolvimento motor – Bebes, crianças, adolescentes e adultos – Editora Phorte –2005 – 3ª Edição.

HAYWOOD, Kathleon M. – GEFCHELL, Nancy – desenvolvimento motor ao longo da vida – Editora Artmed – 2004. 3ª edição.

MAGILL, Richard A. – Aprendizagem motora – Conceitos e aplicações – Editora Edgard Blücher LTDA. – 2000 MICHAELIS, Dicionário – Editora Melhoramentos LTDA., 2007 - Disponível em: - acessado em 20/07/08. MUZY, Paulo Cavalcante, 2006 - Le Parkour: primeira impressão médico-desportiva.Disponível em: < http://www.pkabc.com.br/artigo_3.htm> acesso em: 26/07/08.

PIAGET, Jean – Seis estudos da psicologia – Editora Forense Universitária – 1994.

SALVADOR, César Coll – Psicologia da educação – Editora Artmed – 1999.

SILVA, Adriano Nonato da, 2007 – A importância do le Parkour como atividade física - PKABC – Associação de Parkour da Grande ABC Disponível em: – acesso 20/05/08.

SOARES, CARMEN LÚCIA. Georges Hébert e o método natural: nova sensibilidade, nova educação do corpo. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 25, n. 1, p. 21-39, set. 2003. Disponível em: . Acesso em: 04/06/2008. WAINER, Jean, 2008. ABPK – Associação Brasileira de Parkour - Disponível em: - acessado em 14/08/08.

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